sábado, 16 de abril de 2011

A linha da vida

O tempo parece-nos familiar, no entanto nunca sabemos o que contar com ele. Assim como a linha da vida, alta e baixa, pausadamente, ou simplesmente com a mesma intensidade. Será que merecemos a nossa linha ou simplesmente é fruto das nossas acções? Sempre sofri por amores… proibidos, desiguais ou simplesmente temporários, com eles pude contar. Mas gosto de dizer que a vida me reservou uma alternativa para mudar, e eu arrisquei. O que falhou? Não soube manter. Começou por ser apenas um a lutar e não se tornou possível. Não era justo. Era o perfeito, foi o perfeito e continua a ser, apenas nos desafios da vida há quem encare como um sinal de stop. Eu sou uma delas. Segui o caminho fácil, que continha uma certa quantidade de felicidade, mas, quando essa carga esgotou, tudo se tornou pior que difícil. Foi a conta da minha acção. Porque quase nenhuma acção minha fará indiferença nos que rodeiam, assim vice-versa.
Voltando à linha da vida, verás que a mais plana será sempre a mais curta desta vida. E o que temos que fazer é sermos aventureiros no jogo da vida, e verás que quando todo o desafio passar a recompensa será tão graciosa que não quererás mais o caminho fácil.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quem sou

Eu, que vou ter que levar comigo até ao fim, sinto que muitas das vezes não me conheço. Parece que há acções que levam a que fique contra mim própria. Faz me pensar que há lados diferentes como o lado bom e o mau. Mas que posso dizer a mais quanto a isso? Revoltar não me adianta de nada porque afinal havendo ou não lados diferentes, sou eu que acabo por sofrer. E, se cometo tais erros é porque talvez sou assim mesmo. Nunca me soube exprimir bem por palavras, só no que toca a amor, que é o que basicamente me deixa com vontade de escrever. Mas, aventurei me a tentar perceber me por esta via para ver no que resulta.
Sim, ora sou adulta ora pareço uma criança; Faço pessoas sofrer por acções minhas que poderiam ser evitadas; Mas aprendemos com os erros embora às vezes é necessário cometer para além de um erro para aprender. Sei que perco as palavras pelo caminho quando mais são necessárias, para me expressar ou talvez para me explicar, mas nessa via posso considerar no meu lado mau que sou cobarde ao ponto de não dizer rigorosamente nada.
Sou confusa pois reajo a instintos, que qual seja o lado que me leva a fazê-los, me faz arrepender. Sim, descobri que nunca estou satisfeita com o que faço e o sentimento que muitas vezes perdura é o arrependimento. Sou fraca, ao ponto de não fazer o melhor, mas deixar ir e ver no que dá… e o que dá? No arrependimento. Não gosto de me prender às coisas que gosto, porque tenho sempre um pressentimento que mais tarde ou mais cedo as vou perder. Ou às vezes nunca as tive. Sinto me só. Quero e nada faço para ter. Já não luto. Fizeram me cair no ridículo e perdi a minha confiança. Basicamente sou comandada pelo sentimento, e para mim, o sentimento está sempre ligado a sofrer. Continuo sem saber quem sou… e qual o lado que me faz sentir melhor.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Caminhos desencontrados


Numa plenitude consigo perder-me.
Num arrasto temporário consigo esquecer-me.
Podes encontrar o meu triste coração?
Em cada segundo, luto
Em casa milésimo me desprezas
Esta situação enlouquece-me…
Vou mudar de rumo
E escolher a estrada mais longa
Mas mais segura.
Guia-te pelo mesmo caminho,
Que assim nunca mais te encontrarei.
Todo este processo
Que parece nunca alterar
Deixou o meu coração aberto
E a esperança conseguiu me alimentar.
E tu nessa berma de contradições
Ora amor ora depressões
Mesclou um ser
Com sinais de esperança.
Aguardo te numa outra intersecção
Aquela que não despedaça um coração.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Meu amor, quer dizer meu amigo

As palavras estão gastas meu amor,
E o tempo não chega para recupera-las.
É agora que trocamos meras palavras,
Chamamo-nos meros amigos
É agora, é agora.
As pessoas mudam e crescem,
E outras apenas sentem falta.
Sou apenas uma rapariga,
Sou apenas eu,
Mas consigo ser melhor do que isto.
Só preciso de sentir o respirar do mar.
Quero voltar a sentir confiança,
Que me foi esmagada.
Será que sou culpada?
Não me deixes cair.
Meu amor, quer dizer, meu amigo
Não sei o que vai dentro de ti
Se é desilusão, se é o oco da revolução,
Mas continuo a querer perceber-te.
Vou sentar-me ,vou afastar-me
Adeus,
Mas não afastes os teus olhos dos meus.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Pensamento deserto

Caminho pelo infinito deserto
E piso em areias de solidão,
Encontro-te bem lá ao fundo,
Mas nada como uma mera visão.
Voltei a ver-te, e voltei a olhar
Continuei a mover os cansados pés
Que se pareciam afundar
Parei, cai e pensei
Se isto é verdade,
Volto-me para trás,
E já não é deserto, é realidade.
Onde estás tu afinal?
Não te vejo.
Estás bem ao fundo,
Onde no meu pensamento te desejo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

continuo perdida

Diz me, fala,
Com essa fala que eu não percebo
Com esse gesto que não vejo,
Com esse encanto que me espanta.
Meu amor que eu não sei
Com quantos sorrisos te posso mostrar
Que a tristeza não está decepada
Com quantos abraços te posso dar
e que procuro um lado romântico
com quantas letras te posso soletrar
que o que sinto não é amor,
é ansiedade, é revolta, é paixão
dentro de tanta insegurança.
Eu canso-me meu amor
De ver te quieto como um gesso
Que não quer partir.
Meu amor,
Já cego de tanto olhar
Para este pensamento de desequilíbrio
Quando na verdade sinto saudade
De algo que não tenho
Mas que espero.
Estou cansada de não pedir
Cansada de esperar pelo nada
Pois se é um nada que mereço,
Então de ti já estou habituada.
Continua nesse caminho sóbrio
Nessa melodia melancólica
Que eu vou com as aves.

Tudo para a insegurança

Depois de uma longa vida
Com pedras, abanões e tempestades
Que fui eu fazer por algo que não tenho a certeza?
Antes via-me ao espelho e conseguia dizer:
Estou completa!
Ou: estou feliz!
Mesmo desconhecendo realmente o que é.
Hoje, digo:
Será que é o melhor?
Será o caminho?
Será temporário?
Nunca há certezas,
E continuo sem saber o que realmente é.
Num rio de pensamentos consigo baralhar me
Neste labirinto de incertezas
E de resultantes tristezas
Em que o medo espanta.
Necessito de um guia
De um caminho
De uma certeza.
Mas sobretudo quero conseguir olhar me ao espelho.